A
feira do sete foi uma feira que se instalava no sétimo galpão do porto de
Salvador. Era uma feira em que as pessoas armavam e desarmavam todos os dias,
sendo praticamente formada por moradores da região do Pilar no atual bairro do
Comércio. Esse processo de montagem e desmontagem das barracas todos os dias
era um inconveniente para a prefeitura, que tinha que higienizar o local
diariamente. Essa situação fazia com que a feira vivesse sob ameaça de ser
extinta. Contudo o inevitável acabou acontecendo. Em uma manhã, eles foram
impedidos de montar suas barracas e bancas, e mesmo com toda movimentação e
protestos, nada mudou a situação já instalada.
Em
função desse acontecimento, vários barraqueiros resolveram montar suas bancas
em um terreno mais adiante onde, até então, ficavam os tanques de combustível
das empresas que o distribuíam na região. Algumas barracas e bancas se
instalaram bem próximos do mar, aonde chegavam os saveiros com mercadorias,
outras se instalaram mais próximo da avenida onde o público teria fácil acesso
aos produtos. Nesse novo espaço não houve intervenção da prefeitura nem de
empresários. Os barraqueiros foram ficando sem a necessidade de armar e
desarmar suas bancas ao final do dia, o que culminou no aumento de bancas e
barracas, agora contemplando moradores além da região do Pilar. Assim se
estabelecia a “Feira de Água de Meninos”.
Em
pouco tempo a feira se consolidou, tornando-se a principal feira de Salvador. Todo
espaço fora ocupado com comércio de todo o tipo, inclusive restaurantes. Esse último
ramo foi a grande saída para aqueles que, agora, passavam o dia inteiro na
feira. Além dos produtos já vendidos na feira, a mesma foi incrementada com a
chegada das cerâmicas oriundas das ilhas e do recôncavo. Um detalhe importante
sobre essa nova localização, era que a feira fora atravessada por uma linha
férrea que, diferente do que muitos diziam, não traziam produtos para revenda
na feira, mas sim trazia madeira carbonizada destinada à movimentação das
máquinas de vapor.
Centenas
de barracas resultaram em centenas de ligações elétricas, muitas delas clandestinas.
Possivelmente fora esse o elemento causador do incêndio que viria a destruir a
feira. Diz-se que no local havia dutos por onde eram conduzidos produtos
inflamáveis aos tanques de combustível, contudo nenhuma explosão fora ouvida no
momento do incêndio. Por conta de todo material de fácil combustão, toda a
feira foi consumida, restando ao final do dia 5 de setembro de 1964, um monte
de cinzas pretas.
Como o espaço era muito desejado para a ampliação do porto de Salvador, até foi cogitada a possibilidade de o incêndio ter sido proposital. As lamúrias foram muitas, mas logo em seguida os barraqueiros já estariam erguendo suas barracas e bancas em um novo espaço: a feira de São Joaquim. Essa por sua vez, uma semana após o incêndio, já funcionava a todo vapor. Nesse novo local ficou por muito tempo, até ser deslocada para reforma do espaço e posteriormente retornou ao antigo local, porém as intervenções não deram as devidas melhoras à feira, que continuaria sofrendo com os mesmos problemas de outrora: desorganização, higienização, estacionamento e segurança.
Como o espaço era muito desejado para a ampliação do porto de Salvador, até foi cogitada a possibilidade de o incêndio ter sido proposital. As lamúrias foram muitas, mas logo em seguida os barraqueiros já estariam erguendo suas barracas e bancas em um novo espaço: a feira de São Joaquim. Essa por sua vez, uma semana após o incêndio, já funcionava a todo vapor. Nesse novo local ficou por muito tempo, até ser deslocada para reforma do espaço e posteriormente retornou ao antigo local, porém as intervenções não deram as devidas melhoras à feira, que continuaria sofrendo com os mesmos problemas de outrora: desorganização, higienização, estacionamento e segurança.
Lucas Riskadiño
se a feira de são joaquim sofre os mesmos problemas de outrora ela também pode pegar fogo?
ResponderExcluirSim. Naquela época as disputas eram pelo local, atualmente comerciantes mais poderosos (financeiramente), disputam os espaços com os menos favorecidos. Juntamente com essa disputa, se deu o crescimento do número de bancas e feirantes, porém, assim como a cidade do Salvador, a feira de São Joaquim cresceu desordenadamente, mesmo com as devidas reformas, e as ligações irregulares e emaranhado de fios por lá ainda existem.
ResponderExcluirpois é... achei esse artigo aqui: http://www.uesb.br/anpuhba/anais_eletronicos/Eliz%C3%A2ngela%20R.%20Ata%C3%ADde.pdf .. acho que podemos fazer um atlas da feira de são joaquim/ água de meninos/ sete para o dia 15, que tal? frases, imagens, fotos, jornais. videos...
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