Entre o invisível e o concreto

Enquanto descia a ladeira para chegar ao Cine Pax só conseguia tentar imaginar como era aquele lugar antigamente, vários fantasmas me vieram em mente e os projetei na rua.
Senhoras e senhores, meninos e meninas, todos esses espectros indo em direção ao cinema ali presente, no momento em que adentrei o Pax eles sumiram brevemente por causa do meu espanto ao ver o enorme vazio interior do local e seu estado em ruinas.
Após minutos de admiração e bisbilhotando cada centimentro do cinema, os espectros voltam, primeiro imagino a quantidade de cadeiras que deveriam ter ali existido, depois entram os fantasmas, cada um tomando pra si um assento.
O cenário muda em minha mente ao saber das famílias que ali se abrigaram por um tempo, imagino eles entrando, em seguida constuindo suas moradias de formas organizada, depois sendo despejados por ordens de um frade Franciscano.
Na cabine de projeções mais um espectro de atividade, um fantasma qualquer operando os dois projetores, enquanto atualmente os dois encontram-se tombados no chão.
Saí desse cinema admirado, um lugar com tantas historias, algumas irônicas como sua fase pornô e o despejo dos desabrigados,  outras que nem saberemos e quem passa por ali perto nem imagina.
O que o futuro aguarda ao Cine Pax e suas memórias invisíveis? Só nos resta imaginar.

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