Há pelo menos vinte anos sem abrir as portas, o Cine PAX rangeu seus cadeados para receber um grupo de pesquisadores curiosos na última sexta-feira, dia 24 de novembro de 2017. Grandioso e vazio, sem cadeiras e cheio de memórias (porque não?) fantasmagóricas a estrutura ainda guarda sinais de ocupantes outros, que encontraram no cenário já abandonado uma forma de abrigo e moradia. Bilheteria, banheiros, galerias que transportam para outros andares e outras dimensões, a estrutura reverbera memória de que ali havia um cinema, ativando o Gauss Master dos exploradores.
E se há alguma dúvida de que cinema é realidade que atravessa as fronteiras do imaginário, a ausência de vida de seu maquinário e a obsolescência de sua tecnologia reforça alguns paradigmas da contemporaneidade: a força-motriz não deve estar centrada no seu exclusivo impulso tecnológico, mas na necessidade que parece ser algo quase intrínseco da humanidade em documentar o movimento.
Os projetores abandonados do Cine PAX que motivaram esta reflexão representam a estagnação do aparato tecnológico, mas também referem-se as memórias, e decidir sobre o que deve ser lembrado e também sobre o que deve ser esquecido integra os mecanismos de controle de um grupo sobre outro (Kessel, 2008), reforçando a carga política que o esquecimento pode representar.
Referências: KESSEL, Zilda. 2008. Memória e memória coletiva. Disponível em: http://www.museudapessoa.net/biblioteca/pdfs/artigomemoriacoletiva.pdf Acesso em: 21 de março de 2017.
E se há alguma dúvida de que cinema é realidade que atravessa as fronteiras do imaginário, a ausência de vida de seu maquinário e a obsolescência de sua tecnologia reforça alguns paradigmas da contemporaneidade: a força-motriz não deve estar centrada no seu exclusivo impulso tecnológico, mas na necessidade que parece ser algo quase intrínseco da humanidade em documentar o movimento.
Interior do CINE PAX
Os projetores abandonados do Cine PAX que motivaram esta reflexão representam a estagnação do aparato tecnológico, mas também referem-se as memórias, e decidir sobre o que deve ser lembrado e também sobre o que deve ser esquecido integra os mecanismos de controle de um grupo sobre outro (Kessel, 2008), reforçando a carga política que o esquecimento pode representar.
Plateia, Projetores, Bilheteria e área principal do CINE PAX, respectivamente






belas imagens e ótimas reflexões... intriga sobretudo o espectador sentado em uma cadeira imaginária!
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