a memória das coisas, objetos, espaços







a memória das coisas, objetos, espaços






  “...é no espaço que encontramos os belos
   fósseis de uma duração…”

 (Gaston Bachelard “A poética do espaço”)



                                                                
                                                                       

 Entrar no Jandaia e perceber que o tempo roeu aquele espaço, aquelas coisas todas. Roeu paredes e tetos, cadeiras e janelas, roeu vitrais, roeu o chão. Mas cada pedaço desse espaço carrega uma memória do seu tempo coisa, não falo da memória que temos do espaço, falo da própria memória desse espaço. Da memória que a cadeira carrega de cada bunda que sentou nela, de cada chuva que tomou, de cada cupim que roeu, e de cada pedaço de madeira que virou. Dos vitrais que por um momento foram admirados e acariciados por quem os limpava com frequência, do sol que que o coloria, de cada pedra que fissurou seu vidro, de cada olhar que proporcionou para a Baixa dos Sapateiros. Aquele espaço me contou muitas memórias, que percebi através de cada objeto, de cada parede descascada, cada teto desabando, cada mato nascendo, panela, saco plástico, filme, roupa, pilhas de madeira, cacos de vidros...Tudo vibrando, como espectros de objetos, coisas, espaço, vindo me contar suas memórias, que não são nostálgicas, mas são vivas, são presentes, molduras do tempo, belos fósseis.












                                                                     

Comentários

  1. Fantasmas associados assombrados em como foi captado por esse medium o espírito desta sala! Jandaia is alive!

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