Para além dos fantasmas: arte Drag Queen e Burlesque Bar + entrevista

Drag Queen Ah! Teodoro

Apesar do grande número de locais LGBT perdidos ao longo do tempo em Salvador, sejam aqueles interditados (como a Boite Caverna), os que se reinventaram (como a Boate Tropical) e os que foram substituídos e recauchutados (como a Club Mix Ozone, Augustu's Dance Club e a Boate Clock). Salvador entra no armário e saí colorida. 

E a arte Drag Queen, que vem ganhando força no Brasil, cresce cada vez mais em Salvador. A São Salvador que, como diria Daniela Mercury "de todos os santos, encantos e Axé, sagrado e profano", à noite ganha outras cores, outras formas e outros personagens.

O que para uns é entretenimento ou um homem "vestido de mulher" ou simplesmente um ator (ou atriz, com inúmeras mulheres fazendo a arte Drag King), vai além. Pois para quem faz é também um ato artístico e politico!

Rupaul Chales pondera que: 
O que é drag? Drag é ser underground e exagerada. Drag é ser política e politicamente incorreta. Drag é ser cafona e ser coutoure. Drag é ser punk e ser padrão. Drag é se mijar de rir e é ser capaz de começar uma revolução. Drag é nunca ter que pedir desculpas, porque Drag é uma questão de ser o que quer que você quer ser.
Drag Queen Sasha Heels
Como uma profissão ou válcula de escape, essa arte/trabalho que envolve atuação, dublagem/lip sync, dança e muita criatividade, toma conta de inúmeros bares e boates da capital baiana. Talvez já podemos falar numa "cena Drag", já que ganha força no Brasil, com diversos públicos - não apenas LGBT - e não é feito só por mulheres e homens LGBT, pois Drag Queen não se limita.

Em Salvador, hoje, um dos principais espaços onde acontece inúmeros shows de Drag Queen é o Burlesque Bar. Localizado no centro da cidade, na rua da Mouraria, o bar conhecido pela bebida, comida e pelo concurso de Drags, chamado Super Talendo, apresentado pela Drag Queen Alehandra Dellavega. No concurso, a cada domingo, as concorrentes participam de provas e uma é eliminada, ou melhor, é a “fracassada” da semana.

Segue a baixo uma curta entrevista com Lucas Barbosa, 30, responsável pelo Burlesque Bar.

A quanto tempo existe o Burlesque Bar?
Existe a três anos.

Como surgiu a ideia do Bar?
Ele surgiu numa mesa de bar, estava com alguns amigos e um deles indicou o nome, me mostrou o filme [Burlesque], assisti umas 20 vezes, e gostei; a princípio seria um restaurante, mas depois decidi que seria um bar, imitando o antigo com o novo, e assim surgiu.

Você teve aceitação do público?
O público LGBT é ingrato, pois eles sempre buscam novidades, contudo, o Bar tem um público fiel, que o frequenta sempre. Porém, não gosto de considerar o Bar gay, pois não gosto de rótulos, considero-o alternativo.

Há quanto tempo acontece shows de drag queen no bar?

Há um ano e meio acontece os shows de drags no Burlesque.

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