Foto de Antonello Veneri
Há 130 anos, a Ladeira da Montanha compõe a história de Salvador. Ela
pode ser descrita através dos casos e relatos, principalmente, sobre os
cabarés que passaram a funcionar no local desde o século XX. Alguns
poucos resistem. Em tempos antigos, eram a alegria dos marinheiros que
chegavam à terra em embarcações de todos os lugares do mundo.
A ladeira foi construída pelo chefe de obras do exército, o Marechal de Campos, Francisco Pereira de Aguiar e ficou pronta em 1885. Mais conhecida pelo nome popular, a Ladeira da Montanha foi oficialmente intitulada de Barão Homem de Melo, em referência ao então presidente da província, que solicitou a construção.
Na "Montanha", os antigos casarões que ainda estão de pé são sustentados por estruturas de ferro para evitar desmoronamento e os que ainda servem para moradia são utilizados como casas de prostituição. Essas casas, na maior parte, são bares que vendem bebidas e comidas, mas caso uma pessoa chegue a um desses locais em busca de uma companhia, só é preciso falar com a dona do estabelecimento.
A Ladeira da Montanha é um lugar que foi estigmatizado no imaginário da cidade do Salvador. Lugar onde atualmente reside a miséria e o descaso. Nessa região, hoje, circulam"putas", "marginais", viciados... Virou reduto dos excluídos. Gay, mulheres e drogados que um dia tiveram casa e família, e foram expulsos do seio da sua família por conta da pressão da sociedade hipócrita. Ali naquele lugar muitas mulheres já foram violentadas, vidas ceifadas, sonhos esfacelados. Será que ainda podemos ressignificar esse espaço?
Lucas Riskadiño
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